Hoje foi a estreia das Lives do Coletivo Pro Comunica. Marc
Tawil, jornalista, comunicador, empreendedor e fundador da Tawil Comunicação,
foi nosso entrevistado. Marcia
Glogowski, mentora do Coletivo, abriu a conversa reforçando o propósito do Pro
Comunica em compartilhar conhecimento sobre comunicação com o mercado.
Marc tem 46
anos e é pai de três startsups, dois filhos e um cachorro! Conhecido como
influenciador, ele entende que todos somos influenciadores.
Segundo ele, para
entender o valor da comunicação para os novos negócios no atual momento é
necessário dividir o tempo em antes, durante e pós-crise. “Vínhamos com comunicação
pulverizada. A comunicação de marca é a que fazemos nas agências. E vejo uma
mudança muito forte no conteúdo, na mensagem e na forma como esse conteúdo é
transmitido. As pessoas estão cansadas da avalanche de conteúdo. Por isso seremos
mais seletivos e consumiremos o essencial – essencialismo. A comunicação do
futuro trabalhará a mensagem essencial. A estrutura de comunicação é muito
cara. Devemos buscar audiência qualificada e essa mudança já vinha acontecendo.
O futuro está no CPF, não mais no CNPJ.”
Marcia lembrou que o
Coletivo fez uma sondagem com novos empreendedores sobre o valor da comunicação,
que apontou que 96% dão muito valor, mas 72% fazem sozinhos, sem consultar profissionais
da área. E perguntou qual a opinião de Marc sobre isso.
Para responder, Marc Tawil
fez a seguinte reflexão: “Como seria no mundo jurídico? Posso pesquisar modelos
de petição? Sim, isso é intuitivo, mas não tenho a formação dos advogados. Os
apps permitem fazer comunicação. Mas os princípios que regem a comunicação não
são intuitivos. Devemos ter orientação para nos comunicarmos. A comunicação bem
feita salva vidas, como por exemplo agora neste momento de pandemia. Se você
erra a mão em sua comunicação, sua marca pode perder credibilidade. Todos nós somos
um pouco comunicadores. Mas temos que ter responsabilidade, entender e ouvir
quem faz.”
Quais exemplos Marc pode
dar em relação a marcas de novos empreendedores bem comunicadas? “Tenho dois.
Empresas grandes se comunicando muito mal, colocam o CEO como porta-voz, mas
alguns não estão preparados. Não necessariamente o líder é o melhor porta-voz
da marca. Se ele acertar, ok, mas se errar pode levar a empresa para um mau
lugar. Por outro lado, pessoas físicas se notabilizando por trazer mensagens
positivas. Ex: uma empresa de marmitas que leva alimento para moradores de rua.
Essa é a razão.”
“Ninguém pode aparecer
por aparecer e ganhar audiência no grito. Tudo isso é percebido! Quem vai se
manter até o final desta pandemia com consistência será reconhecido. Se você
não tem o que falar, é melhor ouvir. A pandemia é um excelente momento de
aprendizado. Nesta crise nascem comunicadores, heróis e vilões.”
“Há empresas se
acovardando, que poderiam aproveitar o momento. Como? Reforçando seus valores à
sua base de seguidores, para que essa comunidade seja nutrida pela marca. Como
empresário, assinei o movimento #naodemita. Mas preciso dizer que não sei se
vai dar.
A gente trabalha para
conseguir vencer esse momento. É evidente que cada negócio tem que avaliar a sua
situação. A régua não é igual para todos. Ninguém sabe o que vai acontecer. A
gente ganha e perde clientes todo dia.”
Para Marc, o
que dá consistência às marcas no longo prazo é sua cultura. “Aqueles ritos que
se respiram no ar. Mas sem dúvida, a cultura das empresas pode mudar, pós-pandemia.
Não tenho dúvida disso. Percebemos que tem coisas que não valem mais a pena
fazer. Principalmente quando se fala de serviços. Temos que focar nas entregas.
Seremos mais essencialistas, mais humanos e mais econômicos em tudo. Observemos
os impactos para desenhar novos modelos de trabalho. O home office veio, não só
para ficar, mas como alternativa para evitar desnecessárias horas de deslocamento
que podem ser horas produtivas.”
“A sociedade
5.0, focada em qualidade de vida, mobilidade e inclusão, vai comprovar que o mundo
produtivo é aquele em que você vive melhor. Produtividade não é produzir mais,
é produzir direito.”
Ao final, Marc deu dicas
de ouro para empreendedores e a comunicação para seus negócios, lembrando que empreender
não é só, necessariamente, ter um CNPJ. “Pode ser em atividade individual. Como
também intraempreender dentro da empresa onde você trabalha.”
1ª. Fontes seguras: se
informar com fontes corretas e justas. “Não dá para ver e saber de tudo. Mas dá
para selecionar o que é de fato importante para a narrativa do seu negócio.”
2ª. Aprender a aprender:
“Identifique aquilo que você faz bem para atacar o gap onde tem dificuldades. Almeje
melhorar. Tenha visão além do alcance.”
“Procuro ler o que não é
sobre meu setor. Por exemplo, o que um designer pode me explicar? Outro dia assisti
a uma live de uma designer que fez uma metáfora entre a costuras e criação de
conteúdo, falou sobre como ‘costurar’ um texto. Achei fantástico pensar assim!”
3ª. Doação,
ressignificação, cooperação e adaptação!!! “Devemos sair enriquecidos desta pandemia.
Quando tudo isso passar, vai emergir quem fez e quem ajudou o outro a fazer. É
valorizar o propósito como cidadão e empresário. Há um desejo coletivo pela questão
propositiva. É um momento muito propício para quem nunca fez comunicação, fazer.
Mas fazer genuinamente. O momento é da verdade. Só consegue se vender quem é
assim!”
Valeu Marc
Tawil! O Coletivo Pro Comunica te agradece muito. E para nossos seguidores, até
quarta, dia 29 de abril, quando conversaremos com Mórris Litvak, CEO da Maturi,
plataforma para empreendedores 50+, sobre os novos desafios da comunicação de
produtos e serviços.
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