A terrível, triste e
desafiadora pandemia de Covid-19 provocou a maior onda de solidariedade já
vista no Brasil. A preocupação com comunidades carentes levou a doações de
muitas organizações, empresas e cidadãos. Assim como aos combatentes da linha
de frente, os profissionais da saúde. A perda de renda de trabalhadores
informais, agricultores, microempresários e outros mobilizou muita gente por
todo o País e levou o governo a adotar medidas de auxílio.
Mas há uma preocupação que
perpassa todos os setores. O emprego. Comprometidas com sua responsabilidade
social, 41 empresas de grande porte decidiram criar no fim de março o movimento
#naodemita, destinado a preservar empregos, pelo menos até 31 de maio. O mote:
a crise vai passar.
“Neste momento, o Brasil é
um país de heróis. Na saúde, milhares de profissionais dão o melhor de si e
correm riscos para salvar vidas nos hospitais. Em outros setores da economia,
milhões de brasileiros trabalham todos os dias para manter nossas cadeias de
fornecimento intactas. Eles garantem o funcionamento das fábricas, o
abastecimento e o transporte público. Já o nosso ato de coragem é outro: cuidar
dos funcionários que dependem de seus salários e de nossas empresas”, diz o
manifesto de empresário para empresário.
Tarefa difícil. Empresas
que navegavam em oceano azul enfrentam agora significativa queda na receita.
Mas a responsabilidade de uma empresa em relação à sociedade tem ficado cada
vez mais clara, de fato. E em meados de abril, mais de 3 mil empresas de
diversos setores e portes já tinham aderido ao movimento.
A crise vai passar. Ninguém
sabe quando. Os países que se organizaram de forma mais eficiente, fizeram
testes em massa e cujos cidadãos respeitaram a quarentena começam a retomar aos
poucos algumas atividades. No Brasil, não há testes suficientes e o índice de
respeito ao isolamento social é muito instável. Isso torna ainda maior o
desafio de manter empregos. Sem contar outro: o de manter fornecedores.
A intrincada rede de
interdependência no mercado pode levar a um efeito dominó e provocar prejuízos
em grande escala. O valor maior, porém, é a vida. Os que têm clareza disso vão
conseguir atravessar juntos este momento. É hora de solidariedade. É hora de
união no isolamento.
Marcia Glogowski
Mentora do Coletivo
Pro Comunica
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