Como estamos nos informando e consumindo?


O professor e consultor em comunicação Júlio Barbosa foi o entrevistado da Live Pro Comunica desta quinta, dia 25 de junho, e falou sobre as novas mídias da comunicação das marcas na pandemia e por onde as pessoas estão se informando e consumindo.  Mais que uma live, foi uma aula, na opinião de uma das participantes!

A mentora do Coletivo Pro Comunica Claudia Cezaro Zanuso quis saber se a comunicação já mudou neste momento. “Logo no começo, houve o mundo dos excessos – lives, podcasts, divulgação – sem planejamento, tudo muito jogado. Num segundo momento, as organizações quiseram investir nesse processo de lives e influencers para vender. Agora, caminhamos para uma terceira onda, a partir de agosto, em que haverá mais calma, com estratégias mais trabalhadas. O ponto fundamental é autenticidade.”

Como exemplo, lembrou as duas lives feitas por Ivete Sangalo. “A primeira, em casa, com a família por perto, explodiu em audiência. As pessoas se conectaram com a verdade. A segunda foi programada, roteirizada, pronta; e não funcionou.”

“As organizações que vão se diferenciar são as que propuserem elementos simples, mas autênticos.” Para Júlio, “a sacada da internet é propiciar autenticidade e, no distanciamento, queremos ver algo que nos conecte com as emoções”.

O que é ser autêntico?
“Vou explicar desta forma: a diferença entre influencer e opinion maker. O influencer trabalha com elementos voláteis, com o factual, com o instintivo, com o passageiro. Vamos ter agora um declínio do influencer e um crescimento do formador de opinião, que trabalha a perenidade das intenções e das ideias e a autenticidade dos sentimentos. Vamos ter uma nova era de ideias e conceitos, menos superficial. Quero alguém que fale de moda, com um mínimo de informação de moda. Aí começa a mudança do que serão esses processos de venda e consumo pela internet. A escolha será outra.”

Isso é efeito do isolamento ou uma nova era que viria mesmo?
“A Covid antecipou isso. Enquanto circulávamos por aí, não havia tanto efeito. Agora, estamos com concentração em redes sociais. Mais gente passou a usar essas redes e os que usavam passaram por um processo de mais intensidade. Há novos usuários, que querem participar do processo e querem qualidade. Quem entrou no mundo digital não foi o shopper, foi o comprador.”

A gente passeia pelo digital, como se passeasse pelas lojas. Procuramos em sites, esperamos promoções. Há uma mudança no consumo. “Estamos mais criteriosos.”

Júlio citou o antropólogo Edgar Morin, para quem a complexidade é o que é tecido ou forjado em conjunto. “Estamos no período histórico mais complexo da humanidade de fazer exatamente isso. É a ordem e a desordem, todo dia em tempo integral. Estamos vivendo a contemporaneidade, que tem como base coerência e contradição. Temos três elementos juntos: ética, solidariedade e incerteza. Por isso, a dificuldade de escolher os meios, dar a informação e atingir o público com eficácia.”

Em relação a lives de comportamento, não existe mais o certo ou a receita, é tudo experimentação. E como fica a marca? “Primeiro, falemos do posicionamento das lideranças com as marcas – elas estão aprendendo nesse processo, a maioria das marcas ainda está perdida. Elas estão dizendo que estão vivas e apoiando a sociedade, ou seja, é uma presença institucional. Precisa haver mudança nas lideranças, com a preocupação social e econômica também.”

“As marcas precisam ser mais ágeis. A tecnologia passa por um problema sério que é a segurança de dados. Antes de se expor totalmente, as marcas precisam tratar estes dois assuntos: a agilidade da entrega e a confiabilidade da sua tecnologia. Há uma desconfiança geral. Magazine Luiza saiu na frente no uso da inteligência artificial, mas não quer dizer que esteja mais adiantada. Já estava apostando nisso. Está começando o processo.”

“As marcas pequenas estão sofrendo porque muitos não acreditaram na internet. E a economia nos obrigará a uma mudança mais profunda. As marcas têm que trabalhar a escala do volume e não da unidade. O melhor é produzir muito mais e gerar lucro menor, ganhando na escala com preço mais adequado. Os canais digitais vão facilitar a venda em escala, mas isso exige logística de entrega muito em estruturada.”

O novo processo de consumo

É natural que as lojas físicas diminuam e as virtuais cresçam? “A gente vai ter equilibro entre físico e digital. Vamos voltar a um processo de um ciclo da necessidade. Vou comprar o que preciso. A consciência de si e do outro vai nos levar a uma mudança no hábito de consumo.”

Júlio destacou que as marcas terão de considerar isso, o que preocupa as organizações, porque elas viram que o consumidor está mais exigente. “Antes de consumir, penso se preciso disso. Não é geral, claro. Tem gente indo à praia ou ao baile funk. Mas uma boa maioria está começando um novo processo de consumo. Isso vai mudar a forma como a inteligência artificial trabalhará os novos processos.”

“Quero agora uma marca que me dê muito mais do que um produto, que tenha uma proposta de valor muito maior. E não será um simples influencer a fazer isso. Quero escutar alguém que me diga alguma coisa, que me conecte com os sentimentos e traga mais profundidade.”

Marca não só vende, mas também informa? “É a construção de relacionamento. Passamos a um modelo de existência diferenciado, este é só um pontapé inicial da mudança. Aqui se planta uma semente de uma nova concepção de sociedade, que não vai mudar de um dia para a noite, mas porque foi obrigada a mudar. Teremos mais pandemia daqui para a frente, mais problemas coletivos e teremos ainda uma segmentação de mercado, nichos de mercado.”

Como atrair a atenção do cliente?
“Temos que pensar nas novas tendências. Uma delas são as narrativas identitárias. Quando tenho uma narrativa que comove, que tem razão de ser, esse cliente vai vir naturalmente, porque ele está no mundo online. Ele quer se identificar com algo que faça sentido para ele. Numa loja, às vezes, você compra o produto porque o vendedor emocionou você. No mundo online, precisamos de humanidade. Gente que gosta de gente também gosta de gente online.”

“As marcas vão ter que redescobrir seus funcionários, seus consumidores. Vão ter que trazer o consumidor para dentro da fábrica. Lembremos Vera Giangrande, que reergueu o Pão de Açúcar. Como ombudsman, ela criou, nos anos 1990, o grupo das donas de casa e ia com elas ao supermercado.”

O consumidor poderá participar da vida das empresas. “A empresa não será uma provedora de produtos, mas uma construtora de relacionamentos.”

Consumo porque confio, então?
“A relação até agora era muito superficial. Bastava a promoção e se comprava de empresas racistas, preconceituosas, escravocratas, com trabalho infantil... Agora, temos que pensar nas três fontes de poder das organizações: propriedade, autoridade (para produzir algo) e uso da personalidade de influencers para vender. Isso vai ter que acabar. Num processo em que o quarto poder é a autenticidade, não posso usar uma personalidade que promova minha marca e esteja atrelada a coisas que não fazem mais sentido.”

E o produtor local, o pequeno negócio. São importantes, não é mesmo?
“É uma verdade que acontece em outros países e tem que acontecer aqui. Em muitos lugares existe respeito ao produtor e ao comércio local, que empregam mão de obra. É hora de valorizar os pequenos produtores e lojistas. Mas eles precisam aprender a trabalhar com escala.”

Outra questão importante é a boa comunicação no atendimento. Informação no mundo da inteligência artificial é um problema. Quando se faz um site, um Instagram, um Facebook, é preciso pensar no processo de compra. Que informações estão lá? Na hora de finalizar a compra, no carrinho, percebo dificuldade de obter resposta, ajuda ou orientação. As marcas precisam fazer a lição de casa do ponto de vista da segurança e da qualidade da informação. Erros são inaceitáveis.”

”Por exemplo, a Amazon inova quando faz da loja física um ponto de encontro e um espaço de cultura. Eu estou em contato com a empresa e encantado com o nível de resposta, a agilidade na interação. A Amazon está num bom caminho. A grande sacada é a liderança que aprende, o que é fundamental.”

Para encerrar, dicas de ouro:

·     Simplificar os meios digitais utilizados, pois eles estão ficando superlotados
·    Simplificar o processo de venda – o consumidor quer qualidade/segurança de informação e autenticidade
·   Usar mais os funcionários na comunicação e na humanização do processo. Transformá-los em multiplicadores de informação qualificada
·    Considerar que escalabilidade não é só para startup
·   Produzir conteúdo qualificado – pensar na brand persona, na buyer persona e focar no inbound qualificado de informações 
·  Começar, no caso do pequeno empreendedor, com ferramentas simples e analisar o mercado, estudar o consumidor. Qual é o poder de compra dessa pessoa e o processo de consumo? Aí parar de agir intempestivamente e pedir ajuda das agências e consultorias de comunicação


Sobre Júlio César Barbosa

O professor, escritor, poeta, cantor, doutor em comunicação pela ECA-USP e consultor Júlio César Barbosa tem quase 30 anos de atuação no mercado de comunicação. Já foi diretor da Secretaria do Meio Ambiente, tem uma banda de jazz, faz vídeos no Instagram. Como consultor, já desenvolveu projetos para Alcoa, Unilever, Jonhson&Johnson, Duke Energy, Mattel, Andrade Gutierrez, Bluestar Silicone, L’Oréal, entre outras. Atua também na capacitação de professores com foco em criatividade. Siga-o pelo Instagram em @juliocesarb66


Fake News e a Comunicação Empresarial com Mariana Barbosa



Mariana Barbosa coordenou e editou o livro “Pós-verdade e fake news — Reflexões sobre a guerra de narrativas” com oito textos e duas entrevistas sobre o tema, publicado em fins de 2019. De lá para cá, esse assunto ganhou tanta expressão na sociedade que Marcia Glogowski, mentora do Coletivo Pro Comunica, resolveu chamá-la para uma live. Coincidência: o STF discutia no mesmo dia prosseguimento de inquérito das fake news. 

Acompanhe como foi o papo...


Um boato é fake news?

Na verdade, não. Fake news é um conteúdo que emula o formato jornalístico para ganhar veracidade. Ou seja, é um conteúdo com cara de notícia, mas que não é verdadeiro. Tem intencionalmente uma estrutura para parecer notícia, com apelo emocional. E às vezes confunde-se com piada. Feita para enganar.

“Tem uma expressão comum – ‘isso a imprensa não mostra’ – que é um forte indício de fake news”, alerta Mariana. “Se o fato é real e importante, a imprensa fará a cobertura.”

Quais os outros alertas?
  • Ficou em dúvida, pesquise sobre a notícia em outras fontes
  • Cheque a fonte das notícias em portais como G1 e UOL, que são abertos, se não tiver assinaturas, ou sites que verificam os fatos, como Lupa, Aos Fatos.
  • Lembre que também é fake publicar hoje uma notícia antiga como se fosse atual.

E aí entra o comportamento do cidadão. “A gente compartilha fake news porque queremos comungar a visão que nos representa. Muitas vezes, para fazer graça, reafirmar nosso papel em determinado grupo e reforçar um posicionamento. Influencers usam seu poder para propaganda e para denunciar, para o bem para o mal.”

“Vamos botar quem compartilha fake news na caixinha de cafona. Não pode! A gente tem que se comportar, em praça pública e na rede. E deixar de lado a questão emocional, a vontade de reforçar nossas convicções, mesmo que a gente saiba que não é verdade, para o bem da informação. Confiar nas notícias é importante, mas vivemos no mundo da pós-verdade, em que cada um escolhe a verdade que lhe cabe. É muito difícil viver em democracia, se desconhecemos qual fato é verdade”, disse Mariana.

Por isso, destacou, é tão importante procurar informações de fontes seguras, como na grande imprensa. “Uma assinatura digital não custa caro.”

Marcas, cuidem da sua mídia programática!

Mariana revelou que o perfil @slpng_giants_pt do Sleeping Giants Brasil no Twitter divulgou que, em 31 dias de atividades no Brasil, já tem 370 mil seguidores e alcançou 398 empresas, cujos anúncios foram colocados em conteúdos de fake news. Muitas vezes, sem o conhecimento da empresa. Esse resultado foi possível graças ao empenho das marcas e da audiência:
  •  83,9% das empresas cobradas bloquearam os sites
  •  52,2% das respostas das empresas foram obtidas após cobranças direta dos seguidores

Ocorre também que as próprias empresas podem ser vítimas de fake news ou notícias descontextualizadas. Mariana lembra que, na ocasião do vazamento de óleo no litoral nordestino no ano passado, apareceu uma notícia de que a Shell tinha tido um vazamento num navio. Mas o fato era de dezembro de 2018, ou seja, anterior ao episódio no Brasil. O que a tornou crível foi a fonte original, a conceituada agência Reuters. A sua republicação, fora do contexto real, a transformou em uma fake news, o que prejudicou a Shell como marca.

“As marcas precisam incluir essa questão em sua conduta de comunicação. Lembro-me de um caso em que a Procter&Gamble suspendeu um anúncio no Youtube por discordar da programação negativa associada à marca.”

A alfabetização mediática

São várias as formas para evitar a fake news, a começar pela educação, pelo comportamento de cada um. “É preciso ensinar as pessoas sobre o que é uma notícia.

Entender o formato jornalístico ajuda a reconhecer uma notícia verdadeira, e isso precisa ser ensinado. Tem que estar no currículo escolar. É um dever de toda a sociedade.”



Bio de Mariana Barbosa
Nascida em Londres, fez pós-graduação em World Politics na London School of Economics (LSE). Começou a carreira em 1992, na Agência Estado. Trabalhou como repórter no Jornal de Jundiaí, no jornal O Estado de S.Paulo e na revista Exame. Foi correspondente em Londres das revistas IstoÉ Dinheiro, República, Bravo, Superinteressante e Gula, entre outras. De volta ao Brasil, foi repórter de Economia e Política na Folha de São Paulo, na revista IstoÉ Dinheiro e no jornal O Estado de S.Paulo. Hoje é colunista no jornal O Globo e estreará uma coluna diária sobre negócios, cobrindo política e economia. Sucesso!


E agora? Como manter vivo meu negócio?


Ro Ferraz tem 50 anos, é casada e tem dois filhos. Ama o que faz e se emociona ao falar sobre seu trabalho como fotógrafa. 

“Minha primeira câmera ganhei em 2006 e comecei fotografando meus filhos e os amiguinhos. Fiz parceria com a escola deles e com o buffet infantil que ficava na rua da escola. Nessa época, além de fotografar, eu também trabalhava com meu marido. Cuidava da parte administrativa. Em 2012, troquei meu equipamento e investi em cursos. Aos poucos fui me dedicando só à fotografia. Em 2013, abri meu CNPJ e comecei a trabalhar com fotografia de moda e corporativa. Faz dois anos que montei meu estúdio com uma sócia.”

Para Ro Ferraz, a vida e a profissão caminham juntas. “Minha personalidade no trabalho resulta em minhas fotos. Acho que toda marca precisa, sim, ter alma e personalidade. Principalmente para oferecer o serviço a alguém. Envolve muita coisa e os detalhes são muito importantes. A fotografia em particular já faz isso. Bresson bem disse que fotografar é colocar na mesma linha a cabeça, o olhar e o coração.”

“Sou criativa, atenciosa, dedicada, espírito jovem, divertida e sensível. Para mim, fotografia é uma arte, uma forma de me expressar. Amo fotografar pessoas, contar e me envolver com suas histórias. Congelar a essência daquele momento. A fotografia é mágica, resgata emoções e lembranças.”

O olhar do fotografo é único, o meu olhar é só meu

“Em fevereiro, fotografei um evento corporativo da área médica e a palestrante que me contratou me chamou de canto e disse que se eu quisesse já poderia ir embora, porque estava bem atrasado, já tinha passado do contrato. Eu disse que não... que eu ficaria até o final e no final eu fiz as melhores fotos dela, comemorando o sucesso do evento...a maioria fotos espontâneas...e quando eu entreguei o trabalho a secretaria me enviou mensagem agradecendo pela paciência e dizendo que ela tinha adorado as fotos. Por isso, sempre ofereço, além das fotos, confiança, gentileza, profissionalismo, parceria e. Eu faço tudo com amor, me entrego e me dedico e também trabalho dentro dos prazos, é claro”!

Nesta crise, seu cliente sumiu? Como reagiu? Foram algumas das perguntas que Mônica Deliberato Baptista, mentora do Coletivo Pro Comunica, fez para Ro. Ela contou que seu último evento corporativo foi em 10 de março, com uns 200 participantes. “Toda a minha agenda, a partir de então, foi cancelada. Alguns já pagos estão com créditos para decidirmos o que fazer, todos sem previsão de retorno. Mas não entrei em desespero. A primeira coisa que fizemos foi renegociar as dívidas.”

Depois, ficou em casa. “No começo, até que me divertia fazendo vídeos com as amigas do grupo de fotógrafas, do grupo de dança... Curtindo ficar com a família, cada um fazendo seu home office, estudando on line.”

Geralmente seus clientes são indicações, mas quando chegam pelas redes sociais, procura dar atenção e personalizar o atendimento. Seja via WhatsApp, e-mail ou até telefone. E isso gera um trabalho mais humanizado. Procura não usar respostas automáticas, cada orçamento é único.

Para inovar, pensou em oferecer fotografia de produto, para venda digital. Uma área pela qual se interessa é gastronomia. “Por enquanto, fiz parceria com duas amigas para o Dia dos Namorados. Com uma, fotografamos os kits e divulgamos nas redes sociais. Com a outra, estamos fazendo sorteio (fotos/produtos de beleza/corte de cabelo/make). Já ofereci a um buffet que agora está oferecendo cardápio delivery. Comecei também um curso on line de tratamento de fotos e edição de vídeos, que será meu próximo passo.”  

Ro Ferraz baseou sua trajetória em parcerias. No ramo de fotografia, troca muita informação e aprende com os outros. Para Mônica, esse é um dos aspectos da economia criativa, muito importante para os novos negócios.


Como você divulga seu trabalho?

“Para mim funcionam as indicações e a tecnologia, que está a nosso favor. Estou melhorando nas mídias sociais e organizando meu fluxo de trabalho, para incluir um tempinho para postar conteúdo e fazer a divulgação. Nas datas comemorativas, sempre tem um boom de vendas, por isso tento criar promoções, parcerias, e divulgar do meu trabalho. No estúdio, por exemplo, faço ensaios temáticos.”

Para ser produtiva, ela usa:
·                    WhatsApp – canal mais simples e rápido para resolver as coisas
·                    Instagram e Facebook – para divulgação
·                    Site https://ro-ferraz-fotografia.negocio.site/
e blog http://www.roferrazfotografia.com.br/ – Portfólio e conteúdo sobre assuntos relevantes na área de fotografia/curiosidades
·                    E-mail – para enviar documentos e contratos

Seu site, construído na plataforma alboom, feita por fotógrafos e para fotógrafos https://www.alboompro.com/, agrega vários serviços e oferece uma interligação para o negócio, como CRM para controlar contatos, e-mail personalizado, controle financeiro, etc., o que a ajuda bastante.

É fácil fazer comunicação sem ter formação para isso?

Ro Ferraz afirma que não é simples fazer comunicação sem ser especialista. “Aprendo bastante com tutoriais e sigo receitas de pessoas que estão dando certo. Estou aprendendo com meus filhos, com amigas fotógrafas antenadas, não tenho vergonha de pedir ajuda, mas é claro que comunicação bem feita e direcionada vai gerar melhores resultados. Contratar profissionais especializados nos coloca em outro nível.”

Que dicas você dá ao empreendedor para enfrentar esta crise?
1.            Estudar e compartilhar ideias
2.            Todos temos potencial, se reinventar sempre
3.            Fazer com calma, não se desesperar
4.            Inovar sempre, não desistir
5.            Fazer o essencial, na medida do possível sendo gentil com você mesmo

Obrigada, Ro Ferraz, pela lição de vida! O Coletivo Pro Comunica agradece pela sua dedicação a esta live. Foi incrível conhecer sua sensibilidade como profissional e empreendedora. Temos certeza de que seu relato vai inspirar muita gente a correr atrás de seus sonhos!

Liderança Shakti – O equilíbrio do poder feminino e masculino nos NEGÓCIOS


Depois de falar de empreendedorismo, canais digitais, marcas e p ropósito, a Live Pro Comunica desta quinta, 4 de junho de 2020, abordou o tema Liderança Shakti, o Equilíbrio do Poder Feminino e Masculino nos Negócios. A mentora Claudia Cezaro Zanuso conversou sobre o assunto com Maria Silvia Monteiro, que trouxe o conceito para o Brasil em 2016.

O que é esse novo conceito de liderança shakti? Maria Silvia explicou que shakti significa força feminina. São forças relacionadas à humanização, como empatia, vulnerabilidade, cuidado, ou seja, características que o líder precisa ter.

Mesmo sendo homem? “Sim. Não é uma questão de gênero. As características masculinas – estratégia, raciocínio, lógica, planejamento – levam muitos profissionais a executar tudo, excluindo o que se chama de humanidade.”

Fala-se em poder masculino e feminino e os dois precisam estar em equilíbrio, segundo explicou Maria Silvia. Quando se busca resultado, se há uma gestão mais cuidadosa, o líder será estratégico e cuidadoso.

“O equilíbrio vem quando olhamos para dentro e dizemos: preciso chegar a tal lugar, como posso equilibrar minhas características internas?”

“Se temos uma relação equilibrada em que mesclamos planejamento e cuidado com as pessoas, teremos melhor performance. As empresas ainda são muito masculinas e usam a força para obter resultados. Não funciona mais.”

Falando sobre o livro Liderança Shakti, Maria Silvia contou que os dois autores, Raj Sisodia e Nilima Bhat, são coaches e professores. Como parte de sua cultura indiana, eles já tinham essas características voltadas às questões humanas. “Eles observaram que há muitos livros de liderança. Mas nenhum deles tratava da inclusão das características femininas na gestão das empresas.”

O conceito foi pioneiro. O livro saiu nos Estados Unidos em agosto de 2016, no ano em que Maria Silvia foi para a Índia. Em janeiro, foi lançada a edição brasileira. Ou seja, Maria Silvia iniciou o movimento no Brasil e segue realizando webinars e eventos. “A partir dos webinars, criei jogos que são ferramentas para os líderes. Eles às vezes precisam tangibilizar o que dizemos. É uma forma de sensibilização.”

Claudia perguntou se Maria Silvia acha que essa é uma linguagem que o CEO absorve? “Dessa forma, não. Mas se dissermos que uma política mais humanizada internamente e tem uma relação forte com performance, ele escuta.”

“O equilíbrio entre masculino e feminino é o humanismo, que se traduz pela colaboração. Estamos só no começo, mas as empresas têm condições de estar mais sensíveis a isso”, disse Maria Silvia.

“Nós, líderes mulheres, temos uma bandeira: o exemplo de como ser executivas suaves e humanizadas – não atuar com características masculinas.” É preciso, diz ela, compartilhar decisões, abrir espaço para o consenso, abrir o espectro da escuta. Isso aumenta muito o do senso de pertencimento do colaborador. “Hoje mais do que nunca a forma de promover o sendo se pertencimento mudou.”

Olhar para dentro

Na pandemia, lembrou Claudia, fala-se mais em cuidar, porque todos estão fragilizados. Isso vai levar a uma maior sensibilidade em relação à liderança Shakti?
“Acho que sim. Muitos vão sair diferentes. Não será possível trabalhar com alguém e não perguntar como está e o que acha.”

E Maria Silvia contou como o isolamento social pode trazer mudanças. Uma amiga dela tem um salão de beleza. Ele está fechado, mas as contas continuam precisando ser pagas. A amiga tem uma reserva só para alguns meses. Decidiu então olhar para dentro de si mesma (um valor da liderança shakti) e escolher entre ter medo ou estar num estado de presença. Recorrendo à característica feminina de criatividade, decidiu fazer chá. “Ela já sabia fazer isso e tem milhares de seguidores no Instagram. Passou de cabeleireira a vendedora de chá e hoje tem dois negócios, um em stand by. Recebe pedidos de empresas que mandam o chá para os funcionários num programa de saúde mental.”

Maria Silvia deixou claro que não há separação entre a pessoa e o líder que ela é. Se o líder é autêntico, a performance será maior. “Quanto a pessoa tem que desempenhar um papel, ela é menos produtiva.”

Como a comunicação pode ajudar a liderança shakti?

“Uma das coisas interessantes em algumas empresas é o tom que dão na comunicação interna. Dá para ver o quanto a empresa fala de forma mais calorosa e amorosa ou vai direto ao ponto. Isso é muito sensível, muito tangível. É onde percebo a falta de equilíbrio entre o masculino e o feminino.”

O conceito da liderança shakti é justamente o equilíbrio entre a paixão, o propósito e as medidas práticas. “A força excessiva, competitiva, é o masculino tóxico. O feminino tóxico só abraça o coração e não sabe como pagar conta.”

Claudia quis saber se os brasileiros dão valor a esse tipo de liderança. Maria Silvia afirmou que é um processo lento, de mudança de cultura. “Não acho que verei as mudanças nesta minha encarnação, por ‘n’ motivos.”

Mas, disse ela, o curso muda as pessoas. “Eu mesma mudei minha forma de fazer negócios e de gestão, mas tenho ainda um desequilíbrio, sendo uma mulher muito masculina.”

Exemplos de marcas que inspiram ou não? “O dinheiro é uma energia feminina e isso é considerado por muitas culturas, porque ele vem de um processo criativo, que é caraterística feminina. Mas o mercado financeiro lida com o dinheiro na forma de empréstimos e juros – e aí vem o masculino tóxico.”

“Como ajustar a lente? A marca Reserva, por exemplo, faz roupas é ultra moderna e leva para o masculino. Mas parte do seu lucro vai para refeições doadas a ONGs, ou seja, lida com o dinheiro de forma feminina e chega ao equilíbrio.”

Dicas

Como mensagem para novos empreendedores, que às vezes tocam o negócio sozinhos, Maria Silvia recomenda que cuidem de todos os stakeholders, que são “potencialmente parceiros e precisam dar certo juntos”. Ela considera que muitos, sem saber, já praticam a liderança shakti. “O risco é o próprio propósito. Podem estar tão conectados com seu coração, que não veem como colocar o trabalho em pé.”

Hoje, com a pandemia, todos estão com medo em algum nível. A liderança shakti trata de como lidar com o medo, entendendo o contexto. Antes de tomar uma decisão, olhe para dentro e não se deixe paralisar pelo medo.

Mantenha a saúde mental, com centramento, presença, sem entrar nas relações tóxicas ou se deixar abater pelas notícias ruins. Quanto mais se unir a pessoas com mindset negativa, pior será. É uma escolha pessoal. Eu, Maria Silvia, optei por não sentir medo. Ganhei a consolidação de uma maturidade. Sugiro aos empreendedores um estado de espírito para cultivar no momento de crise. Se cultivar o pânico, a própria empresa vai sair perdendo.

Escolha o lugar de coragem e mantenha a união com as pessoas. As redes de relacionamento são fortes. E esse é outro valor do capitalismo consciente. São frentes novas que podem ser usadas pelos empreendedores. Agora é a hora de um ajudar o outro, com clareza, integridade.

Sobre Maria Silvia Monteiro e a Liderança Shakti

Maria Silvia vem da área de Relações Públicas e trabalhou anos com marketing. Em 2014, começou a atuar em comunicação interna. “Me apaixonei por comunicação interna e, como consequência, pela questão da liderança.” A liderança shakti entrou por acaso na sua vida. “Vi anúncio no Linkedin e, sem pensar muito, fui para a Índia.” Lá, ela se formou na primeira turma da Shakti Leadership (2016), em curso realizado na Índia e ministrado pelos autores Nilima Bhat e Raj Sisodia. Em parceria com o Instituto Capitalismo Consciente no Brasil, contribuiu para a publicação no Brasil do livro “Liderança Shakti. O Equilíbrio do Poder Feminino e Masculino nos Negócios”. Em 2018, foi cocriadora do primeiro Workshop da Liderança Shakti na Jornada do Capitalismo Consciente. É palestrante e facilitadora de workshop sobre o tema do Equilíbrio do Poder Feminino e Masculino nos Negócios.



A Liderança Shakti busca o equilíbrio entre as qualidades masculinas e femininas nos negócios. Inspirada pelo livro de Raj Sisodia e Nilima Bhat, a iniciativa tornou-se uma plataforma de encontros com mulheres que têm o objetivo de levar a transformação para outras mulheres.

Muitas pessoas, tanto homens como mulheres, compraram uma noção de liderança que enfatiza exclusivamente qualidades "masculinas", hierárquicas e militaristas. O resultado dessa mentalidade pode ser corrupção, degradação ambiental, quebra social, estresse, depressão e uma série de outros sérios problemas.

Nilima Bhat e Raj Sisodia, autor de Capitalismo consciente, nos apresentam um modo mais equilibrado, um estilo de liderança que é gerador, cooperativo, criativo, inclusivo e empático. Embora essas qualidades sejam comumente vistas como "femininas", todos nós as temos.

Na tradição indiana, elas são simbolizadas por Shakti, a fonte que alimenta toda a vida. Por meio de exercícios e exemplos inspiradores, Bhat e Sisodia mostram como acessar essa energia infinita e liderar com todo o seu ser.

Os líderes que entendem e praticam a liderança Shakti atuam a partir de uma consciência de cuidar da vida, da criatividade e da sustentabilidade para alcançar o autoconhecimento e estar a serviço do mundo.

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