A
segunda Live Pro Comunica foi realizada na tarde desta quarta-feira, 29 de
abril, com Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, que foi entrevistado por
Claudia Cezaro Zanuso, mentora do Coletivo.
“Comunicação é fundamental. Uma empresa não sobrevive sem
comunicação, principalmente um novo negócio”, disse Mórris. “A concorrência é
brutal e a comunicação é que faz a diferença. As pessoas precisam saber o que
você faz e se faz melhor. Neste momento de distanciamento social, todos estão
usando os canais digitais e é preciso se diferenciar no meio de tanta
informação. Mais do que nunca, é fundamental para quem está começando.”
Mórris,
engenheiro de software, 37 anos, tem uma história muito interessante sobre como
criou a Maturi em 2015. Empreendeu muito jovem, com 16 anos, ao fundar com o
pai uma empresa que fazia sites. No início dos anos 2000, criaram a primeira
empresa para fazer reserva de hotéis online. Venderam essa empresa em 2012, mas
ele ainda continuou até 2015.
Em
2013, quando já pensava o futuro e queria algo mais alinhado com seu propósito de
vida, sua avó paterna faleceu. Uns dez anos antes, aos 82, ela parou de
trabalhar como voluntária após uma queda. Isso marcou Mórris, que viu a saúde
da avó decair rapidamente. “Ela era movida a trabalho.”
Foi aí que veio a ideia do projeto Conectando Gerações –
por Skype, jovens conversavam com moradores de casas de repouso. No ano
seguinte, com a crise econômica, muitas pessoas com mais de 50 anos foram
demitidas e Mórris viu que não havia nenhuma iniciativa para acolher esses
profissionais. Nasceu a Maturi Jobs.
“Já vai fazer cinco anos que comecei a Maturi Jobs. Ampliamos
nossos serviços, oferecemos cursos e orientação”, disse Mórris, que acaba de
fazer um processo de rebranding justamente para melhorar a comunicação: virou
Maturi, já que “Maturi é muito mais do que Jobs”. A Maturi faz capacitação, eventos
de networking, cursos presenciais e online. E acabam de ser lançadas a Maturi Services,
para free lancers, e a Maturi Academy.
“Tem sido um trabalho intenso para comunicar o porquê da
mudança da marca Maturi. Aprendo diariamente, porque estou sempre muito próximo
para entender o que os maturis buscam e a forma mais eficiente de falar com
eles”, disse Mórris.
Claudia pontuou um aspecto importante na comunicação:
dialogar com o público, ouvir suas demandas e medir os resultados. “Estamos
todos os dias nas redes sociais, a gente testa bastante, pois só testando
sabemos o que é melhor, o que dá certo e o que não dá”, explicou Mórris.
À pergunta de Claudia sobre se os empreendedores dão
valor à comunicação, Mórris respondeu: “Mais na teoria do que na prática. Quem
começa se preocupa mais com o produto, porque não entende a comunicação e acha
que basta o produto ser bom que vai se vender sozinho. A gente vê que a
comunicação é quase inexistente ou muito amadora. Por isso, é muito importante o
posicionamento. Na Maturi, estamos fazendo uma série de coisas bacanas e temos
que informar.”
Claudia reiterou que comunicação não é um caminho de mão
única e perguntou se esta situação fez o propósito da Maturi mudar. “Ele se
expandiu mas não mudou muito. A gente sempre revê nossa missão, visão e valores
para ver se continuamos conectados com isso com nosso propósito de ajudar
maduros a se manter ativos e ter condições de envelhecer com qualidade de vida
e sem preconceito.”
Ocorre que, por causa do isolamento social, houve um
aumento do uso de canais digitais. “As pessoas estão recebendo uma enxurrada de
conteúdos online. Há uma overdose. Não tem mais o descanso entre a ida e a volta
de um compromisso. Desde 18 de março, estávamos fazendo duas lives por semana e
um encontro virtual às sextas pela Maturi. A partir de agora, faremos uma live
por semana e o encontro virtual quinzenalmente. A decisão foi baseada em
pesquisa de opinião e questionário de avaliação.”
A reflexão sobre o preconceito etário se seguiu a uma
pergunta de uma participante sobre os pontos fortes do envelhecimento, além da
experiência acumulada. Aspectos importantes: o público consumidor está
envelhecendo, há menos turn over entre os maduros e a diversidade traz inovação.
Mórris citou exemplos de empreendedores inspirados pela
Maturi. “São vários. Um deles é Fabio Ota, que criou a ISGame, para ensinar
maduros a fazer game e hoje tem aulas também com jovens. Morar com você é
startup fundada por duas maturis com mais de 60 anos.”
Mas afinal, startup é para jovem? “Eles têm a tecnologia
como a base da empresa ou do serviço, que entra no conceito de startup. No
curso Startup 50+, há um monte de cabelo branco e de jovens. O mix ajuda a
startup a crescer, pois precisa de gente com experiência em gestão. Isso ajudou
o Google e o Airbnb.”
Por fim, Mórris deu dicas de ouro para quem está
empreendendo agora:
1ª. Momento de se posicionar: “Nunca vivemos algo assim antes,
há muita fake news e polarização. As marcas, pequenas ou grandes, têm o dever
de se posicionar. As grandes empresas fazem agora propaganda não para vender,
mas para mostrar que estamos juntos. Não se pode tentar tirar proveito da
situação. Isso pode arruinar a imagem.”
2ª. Acelerar a estratégia de produtos digitais: “O coronavírus
empurrou a gente para fazer coisas que planejávamos. Estamos fazendo transmissão
por vários canais ao mesmo tempo e encontros virtuais com duas salas diferentes.
Vamos aprendendo a cada dia.”
3ª. Incentivar a integração geracional: “É comprovado que
a colaboração entre jovens e maduros ajuda a inovação. Trabalhamos na conscientização
e sensibilização nas empresas para que incluam os maduros na sua política de
diversidade.”
4ª. Comunicar: “Não sou um comunicador nato. Aprendi na
prática. Sempre me dei melhor com máquina do que com gente. Mas fui obrigado a
me comunicar e treinei. Hoje, tenho prazer em fazer a comunicação da Maturi.”
Valeu Mórris,
o nosso muito obrigado a você por concretizar o Propósito do Coletivo Pro
Comunica, que é compartilhar conhecimento em comunicação para alavancar os negócios!