Claudia Cezaro Zanuso
conversou na live desta quarta-feira, 16 de setembro, com a jornalista e
comunicadora Regina Valente, sobre a necessidade de divulgar os negócios e
fazer isso de forma estruturada, com base em estratégias de comunicação.
Regina logo destacou que a
pandemia acelerou muitos processos e a questão por trás das mudanças é a
comunicação – as pessoas estão buscando formas de se comunicar por meio da
tecnologia. Muita gente que perdeu emprego está tentando empreender e se
comunicar. Independente do porte da empresa, todas têm que se comunicar e hoje
há muitas ferramentas para a comunicação.
Qual o valor da comunicação para os novos negócios? Todo mundo pode (e deve) se comunicar. Não importa se você é um
empreendedor autônomo, uma startup que acaba de entrar no mercado ou um
unicórnio – é a velha história da galinha que cacareja toda vez que bota um ovo
(mesmo que não seja de ouro!).
Há tanto valor
na imprensa tradicional quanto no mundo digital. O importante é posicionar bem
a marca e os serviços. Quanto melhor a comunicação, melhor o resultado de
vendas. Não precisa ser uma supermarca para se posicionar. Hoje, uma série de
áreas de empreendimento e startups estão até competindo com empresas grandes –
estão fazendo uma boa comunicação.
Muitas startups
valorizam a mídia tradicional. Há jornalistas especializados que criaram
portais para isso. Há a Pequenas Empresas Grandes Negócios, que é um hub de
informação. E tem o digital. Precisa ter o balanço e não ser refém do
algoritmo.
O
que dizer aos empreendedores para ajudar a aumentar/melhorar esse valor? Ter claro o objetivo de
negócio – o que você faz – e qual é o seu propósito. E ainda com quem você quer
falar. Com o consumidor final? Com empresas que compram seu produto/serviço?
São perguntas determinantes para orientar na definição da estratégia da
comunicação e, principalmente, no resultado. Vale lembrar, também, que nem
sempre quantidade é sinônimo de visibilidade e mais vendas. A comunicação vai
posicionar sua empresa/marca, mas é preciso estar onde seu público está.
É
fundamental alinhar o objetivo do que você quer comunicar com o que o seu
consumidor quer receber. Se a empresa fala com todo mundo, não está falando com
ninguém.
Claudia destacou que é simples
se comunicar, quando se entende a lógica.
E falou sobre os 8
passos da metodologia Marcativa,
que serve como uma régua para o planejamento da comunicação.
O
empreendedor brasileiro dá valor para a comunicação? A comunicação
está em alta. Com a pandemia, as pessoas começam a entender o papel de
comunicação. Mas, na prática, muita gente confunde comunicação de imprensa,
digital, com marketing e vendas. É preciso separar o que é comunicação para
marca e reputação e a parte de marketing e vendas, que têm objetivos
diferentes. As duas são comunicação.
A
comunicação que fazemos é para posicionamento de marca e visibilidade – isso
contribuirá certamente para o desempenho do negócio no longo prazo. Mas, para
vender em volume, por exemplo, é preciso investir em outras mídias pagas –
publicidade, propaganda em diversos meios online e off-line, campanhas, etc.,
dependendo do porte, do perfil e do tipo de negócio. Só lembre que: investir em
publicidade sem um plano de comunicação (e vice-versa), pode não trazer os
resultados esperados. Quanto mais integrada for sua comunicação de marca e institucional,
mais chances de sucesso.
Você
compararia a lógica para a gestão dos negócios, de um novo empreendedor com a
dos startapeiros? No que eles se igualam e no diferem? São desafios diferentes. Empreender sozinho é diferente de gerir uma
startup. O empreendedor autônomo é seu próprio gestor de administração,
finanças, comunicação, etc. Ele pensa em tudo o tempo todo. E precisa pensar o
negócio e a comunicação do negócio de uma forma mais “compacta” também. É
trabalho de formiguinha. O bacana é que a comunicação se adapta a qualquer
modelo de negócio.
É preciso fazer conteúdo nas redes. Pensando no universo
pet, é fácil ver que posts nas redes sociais com animais repercutem muito. Esse
comentário levou Claudia a falar de formas mais leves de comunicação e da
variedade de redes, como o Tik Tok. De fato, disse Regina, muitas marcas de
consumo estão indo para essa rede. O resultado é mais efetivo quando se usa o
canal correto.
Como
SEO ajuda? SEO é relevante. Deve-se usar de forma estratégica
e que tenha sentido para seu perfil, de novo, sem ficar refém do algoritmo.
Dependendo do perfil, em vez de investir no SEO, vale mais estar no Instagram. É
avaliar caso a caso, ver o que faz mais sentido para seu negócio.
As
universidades estão incentivando alunos a empreender. O que acha? Sou entusiasta do empreendedorismo, me considero uma empreendedora. É bom
estimular que entendam o mercado, saibam onde está seu talento e vejam oportunidade
de negócios. No momento, vemos notícias desanimadoras para os jovens, mas eles
não podem deixar de colocar em prática suas ideias. Ser empreendedor de sua carreira
é fundamental.
Você
acredita no self communicator? Ou faça você mesmo? Qual é o papel das agências hoje? É compartilhar conhecimento –
planejar junto com o cliente. Em tese, nós entendemos de comunicação, mas o
cliente deve participar do processo. A importância da agência está no suporte,
treinamento, consultoria e relacionamento com a imprensa e o ecossistema. É
importante contar com especialistas nesse processo, pessoas que vão ajudar a
ampliar a visibilidade da marca de forma estratégica. Antes o processo era mais
engessado. Hoje todos ganham. O cliente aprende com a gente e a gente se
inspira com ele. Há uma valorização do que é autêntico, genuíno.
Como gerar empatia e identificação com seu público? Cada
vez mais as pessoas consomem produtos e serviços online e, para isso, elas
querem saber de quem estão comprando – precisam se identificar. Quem é você?
Como é sua empresa? Como você quer ser percebido pelo seu público? O pequeno
pode mostrar a fabricação e o processo de
produção ao público. Isso causa empatia. Os jovens são muito ligados nisso.
Como as empresas estão se reinventando na pandemia? Reforçando:
sou entusiasta do empreendedorismo. Vários segmentos estão se reinventado muito
bem, como as Edtechs, no ensino privado. O Descomplica começou com ensino
digital e está na crista da onda agora, pois se posicionou bem. No ramo imobiliário,
alguns recorreram à visita virtual. Tem gente fechando negócio ser ter visitado
o imóvel! E na alimentação, estão
investindo no delivery, com aplicativos.
Quais
exemplos pode dar em relação a marcas de novos empreendedores bem comunicadas? Podemos comentar startups que vêm crescendo
(Gympass, Descomplica, Quinto Andar, Arco Educação, Caju Benefícios, Solfácil, etc.).
Essas empresas começaram desconhecidas e ganharam escala com muita velocidade. Elas
foram atrás dos investidores, buscaram ajuda e mentoria no ecossistema e se
comunicaram bem com o público-alvo. Muitos desses empreendedores, inclusive,
não tiveram sucesso na primeira tentativa de empreender – pelo contrário.
Alguns amargaram prejuízos e tiveram que recomeçar do zero. A gente sabe que,
no Brasil, 1 de 4 startups não sobrevive após o 1º ano de vida. Por isso, é
fundamental ter um bom plano de negócio amarrado a um bom plano de comunicação.
E sempre ter em mente que persistir e aprender com as experiências também faz
parte do crescimento e do sucesso.
Qual
a melhor forma de comunicar o cuidado com os colaboradores? Essa discussão
está no LinkedIn. Até que ponto é real dizer que a empresa está dando todo o
respaldo ao funcionário em home office? Isso é legal, mas há suporte de saúde
mental? Apoio psicológico? Tem que comunicar sem parecer oportunista. E fazer
sentido.
Dicas
de ouro para empreendedores na hora de usar comunicação para seus negócios:
1- Estruture: quem é você, qual é o seu
propósito. Desenhe seu negócio pensando em como pode contribuir para a
sociedade.
2- Defina aonde você quer chegar e com quem
você quer falar – quem pode comprar seu produto ou serviço?
3- Não atire para todos os lados. É
importante calibrar expectativas. A comunicação pode começar pequena, com
perspectiva de um caminho bonito.
4- Use as redes
sociais da melhor forma. Além de
produzir conteúdo próprio, pode compartilhar conteúdos de outros, mas muito cuidado
com fake news. O conteúdo deve ser de fonte com credibilidade, ser relevante e ter
a ver com o negócio.
Sobre Regina Valente
Regina é jornalista, formada pela PUC-SP, com
especialização em Comunicação Empresarial pela Universidade Metodista e cursos
de aperfeiçoamento em marketing, gestão e empreendedorismo. Acumula mais de 20
anos de carreira, com vivência em imprensa/redação, comunicação corporativa e
produção de conteúdo para clientes de diversos setores como Nestlé, TecBan,
Microsoft, VERX, Sindsegsp, Pirelli, Deutsche Bank, Renova Energia, Duke Energy
e Instituto Alfa e Beto, entre outros. Atualmente, está na FSB Comunicação, no
atendimento a empres